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3 dias na Batalha

3 dias na Batalha

O Convento de Santa Maria da Vitória, conhecido hoje como Mosteiro da Batalha, é a edificação em forma de agradecimento de um rei devoto à Virgem Maria pela conquista da emancipação dos portugueses e pela vitória de todo um povo contra o esquecimento, na Batalha de Aljubarrota. Condensando inovações técnicas, arquitetónicas e artísticas irrefutáveis, o Mosteiro da Batalha eterniza também o génio criativo da Humanidade. Parta do Mosteiro e explore uma terra que a natureza e a história tornaram especial.
 

Dia 1
 
Mosteiro da Batalha > Igreja Matriz da Exaltação de Santa Cruz > Jardim do Lena > Jardim dos Infantes > Museu da Comunidade Concelhia da Batalha > Gastronomia: Morcela de Arroz, Adega Cooperativa da Batalha > Pudim da Batalha

Entramos na Batalha pelo impressionante pórtico do Mosteiro, reservamos algumas horas para vaguear pelo centro histórico repleto de razões para atrasar o regresso e terminamos o dia à mesa, a descobrir uma das especialidades de enchidos mais peculiar do país. 
 
Descubra o Mosteiro da Batalha



O Mosteiro de Batalha, Património Mundial da Humanidade da UNESCO desde 1983, impressiona logo pelo grande portal da entrada. A visita a este antigo mosteiro dominicano começa pela Igreja de 1386, que agradece aos seus 32 metros de altura o título de mais alta de Portugal. Segundo a Regra de Santo Agostinho, e à semelhança de outras ordens religiosas, os monges não poderiam ter posses. No entanto, pela ausência de povoados nas imediações do Mosteiro que pudessem contribuir para as suas despesas, através de esmolas ou donativos, foi pedida ao Rei uma autorização especial para lhes serem cedidas terras para sobreviverem. A primeira sala à direita é uma das mais importantes: a Capela do Fundador, mandada construir por D. João I.

A construção deste panteão nacional trouxe consigo muitas novidades, como a tradição inglesa dos cônjuges serem sepultados em conjunto (D. Filipa de Lencastre, sua mulher, era inglesa). A atenção ao pormenor deriva do estilo gótico e todos os túmulos, tanto dos reis como dos seus filhos, exibem um epitáfio que retrata os seus feitos em vida. Os túmulos dos filhos encontram-se à volta das sepulturas dos pais, com a exceção do de D. Duarte, que se encontra nas Capelas Imperfeitas, uma vez que D. João I queria ser o único rei sepultado nesta sala.

O Claustro Real, também gótico, é o coração do Mosteiro e dá acesso a outro dos mais importantes espaços, a Sala do Capítulo. Passamos, entretanto, pelo Claustro D. Afonso V, austero mas funcional, símbolo máximo da vida dominicana, e saímos do Mosteiro sem que a visita termine. Onde agora é possível desfrutar de um jardim com canteiros e árvores existiram, em tempos, dois claustros com aposentos e biblioteca. É este o caminho para as Capelas Imperfeitas, outrora feito por dentro. D. Duarte comprou os terrenos e iniciou a sua construção em estilo gótico e mais tarde D. Manuel redecorou as janelas. É uma mistura perfeita de estilos, portanto, onde residem agora os túmulos de D. Duarte e da sua esposa, ainda que não seja certo que ocupem a posição desejada pelo rei.
 
Morada: Largo Infante D. Henrique
Horário:
1 abr – 15 out 09:00 - 18:30
16 out – 31 mar 09:00 - 18:00
(última entrada meia hora antes do encerramento da bilheteira)
Contacto: 244 765 497
Preço: 6€ (outros preços e descontos sob consulta)
 
Passeie pelo centro histórico



À data da construção do Mosteiro não existia nenhuma população na Batalha, pelo que a vila foi crescendo em torno do monumento. O centro histórico vale muito pela quantidade de marcos históricos que aqui encontramos mas a melhor forma de nada perder é pedir um mapa no Posto de Turismo, mesmo ao lado do Mosteiro. Repare na fachada da Igreja Matriz da Exaltação de Santa Cruz, cujo pórtico de 1502 impressiona, sendo muito apreciado pelos visitantes; e se viajar com crianças, dispense algum tempo nos espaços verdes mais centrais, como o Jardim do Lena e o Jardim dos Infantes, que fazem as delícias dos mais novos. Já o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, premiado nacional e internacionalmente, retrata a vida da Batalha desde as suas origens geológicas, paleontológicas e arqueológicas, passando pelos marcos mais importantes em termos históricos e artísticos.
 
Igreja Matriz da Exaltação de Santa Cruz
Morada: Largo Goa, Damão e Diu

Jardim do Lena
Morada: Rua do Infante
Horário: Aberto 24 horas
 
Jardim dos Infantes
Morada: Avenida dos Descobrimentos, 330
Horário: Aberto 24 horas
 
Museu da Comunidade Concelhia da Batalha
Morada: Largo Goa, Damão e Diu, 4
Horário: qua – dom 10:00 - 13:00 e 14:00 - 18:00
Contacto: 244 769 878
Preço: 2,50€ (outros preços e descontos sob consulta)

Prove as iguarias regionais

Quem diz que passear não abre o apetite dificilmente poderá ser levado a sério. Na Batalha come-se e bebe-se muito e bem. Uma das mais famosas iguarias regionais é a morcela de arroz, ou branca, como também é conhecida. Tradicional de Reguengo do Fetal, é confecionada com arroz e carne mas, ao contrário de muitos outros exemplares desta espécie – também produzidos nesta região –, o sangue não entra na equação. Cozida ou assada, é uma presença habitual nos restaurantes da região, principalmente em sopas. Se quiser levar consigo para a dar a experimentar ao resto da família, saiba que a pode encontrar à venda na maioria dos talhos da região. Para acompanhar não podem faltar os vinhos premiados produzidos na Adega Cooperativa da Batalha, que desde 1959 aproveita o que há de melhor nas encostas das Serras d’Aire. Para sobremesa aposte num Pudim da Batalha, com amêndoa e ovos.

Dia 2

Ecoparque Sensorial da Pia do Urso > Rota dos Moinhos

Prepare-se para dar corda às sapatilhas num dos dias mais físicos deste roteiro. A pé ou de bicicleta, partimos à descoberta da Pia do Urso, uma pequena aldeia a alguns quilómetros do centro da Batalha, com a certeza de que não encontrará nenhum urso pelo caminho.

Desperte os sentidos na Pia do Urso
 


Está na hora de dar corda às sapatilhas. O segundo dia desta viagem pela Batalha reserva a visita à Pia do Urso, uma pequena aldeia a sudeste da Batalha. A primeira paragem é o Ecoparque Sensorial da Pia do Urso. Procure o parque de estacionamento da entrada sul e deixe o carro para trás. Passe o parque de merendas, o parque infantil e o conjunto de casas e restaurantes que formam uma pequena aldeia. Controle a vontade de trocar a cidade por este pedaço de céu e pode começar o percurso. Além disso, todas as informações estão disponíveis em braile. Pelo caminho encontrará uma estação de educação ambiental, uma do período jurássico, uma sobre a Batalha de Aljubarrota, um miradouro, uma estação lúdica e outra musical, jogos e, claro, a Pia do Urso.

Morada: Rua da Pia do Urso, 19
Horário: Aberto 24 horas
 
Trilhe os caminhos da natureza



Uma vez imersos na natureza da Batalha, existe, efetivamente, muito para fazer. Troque de meio de transporte e acompanhe-nos na próxima aventura. O Centro de BTT, o primeiro a ser reconhecido pela Federação Portuguesa de Ciclismo, é apenas um mero ponto de partida. E nem precisa de tirar o carro do estacionamento da entrada sul do Ecoparque. Existem oito percursos disponíveis: um fácil, um moderado, três difíceis e dois muito difíceis, num total de 365 quilómetros de percurso assinalados. Só tem de optar, considerando o esforço e o tempo que quer dedicar a esta atividade, sabendo que o percurso mais pequeno tem 12,5 quilómetros e demora entre uma a duas horas e o maior se estende a seis ou sete horas para completar os 92,5 quilómetros. Contudo, não se preocupe: o centro tem balneários e uma zona de lavagem e pequenas reparações para as bicicletas.

Morada: Ecoparque Sensorial da Pia do Urso
Horário:
Verão – 09:00 - 19:00
Inverno – 09:00 - 17:00
Contacto: centrobtt@cm-batalha.pt
 
Siga a rota dos moinhos
Deixamos a bicicleta e partimos à descoberta de um dos maiores tesouros da região, os moinhos. Ao todo existem quatro percursos marcados, dos 6 aos 9,5 quilómetros, conforme a vontade e o à vontade para o desporto. O Percurso Pedestre Rota dos Moinhos, um dos mais concorridos, começa junto ao Hostel Pia do Urso, perto da entrada norte do Ecoparque Sensorial da Pia do Urso e, ao longo de 6,7 quilómetros, passa por vários moinhos, alguns ainda em funcionamento. Passamos pelo Moinho do Zé Cuco, reconstruído recentemente; pelo Moinho do Manuel Moleiro e pelo do Mocho, que conta com vista privilegiada para a Capela de São Mamede e seguimos pelo caminho dos romeiros do século XVI. Do conjunto dos dez moinhos outrora existentes são visíveis, hoje, dois, num percurso que dura aproximadamente três horas.

Contacto: 244 765 180

Dia 3

Gastronomia: Cavacas de Reguengo do Fetal > Grutas da Moeda > Centro Interpretativo da Batalha de Aljubarrota

Não voltamos a casa sem nos transformarmos, ainda que por apenas algumas horas, em destemidos guerreiros da Batalha de Aljubarrota, contamos os dias que faltam para as festas religiosas de Reguengo do Fetal e mergulhamos ao interior da Terra para encontrar algumas das mais belas paisagens da Batalha.
 
Prepare o regresso a casa com doces na mala
Vamos às más notícias primeiro: 1) está quase na hora de dar esta visita por terminada; 2) esta especialidade de cavacas só se encontra durante as festas religiosas em nome da Senhora do Fetal, em Reguengo do Fetal. Também conhecida como “Festa dos Caracóis”, estas festividades destacam-se pelas procissões noturnas iluminadas por velas feitas com cascas de... caracóis. As boas notícias são que estas festas acontecem todos os anos, entre setembro e outubro. Diz a história que as Cavacas de Reguengo do Fetal integravam as fogaças, grandes tabuleiros de madeira, forrados com toalhas de renda onde se transportavam vários produtos regionais. Além disso, estas cavacas assemelham-se a nuvens, tanto pelo seu aspeto, com uma cobertura branca de pasta de açúcar, como pela sua leveza.
 
Mergulhe nas profundezas da Moeda



Quando dizemos que vamos mergulhar a fundo estamos a ser bastante literais, já que estas formações calcárias em São Mamede exigem uma descida de 45 metros. São um dos pontos altos de qualquer visita à Batalha e devem o seu nome a uma lenda, segundo a qual um ladrão roubou um homem abastado e caiu no algar, levando consigo uma bolsa cheia de moedas. Os 350 metros de extensão visitável prometem algumas das mais belas paisagens geológicas da região. A visita à gruta conta ainda com um filme explicativo sobre a formação deste tipo de fenómeno, recomendando-se ainda o programa que inclui a descoberta do Centro de Interpretação Científico-Ambiental, um espaço interativo onde miúdos e graúdos podem descobrir fósseis, minerais e todas as curiosidades sobre a formação das Grutas da Moeda.
 
Morada: Largo das Grutas da Moeda, São Mamede
Horário:
16 out – 15 mar 09:00 - 17:00
16 mar – 15 jul 09:00 - 18:00
16 jul – 15 set 09:00 - 19:00
16 set – 15 out 09:00 - 18:00
Contacto: 244 703 838
Preço: Grutas e Centro de Interpretação Científico – Ambiental: 9€ (outros preços e descontos sob consulta)
 
Seja guerreiro em Aljubarrota
Se a famosa Batalha de 1385 é um tema que o fascina, o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota construído no local onde esta se travou irá, sem dúvida, agradar-lhe. Fica a apenas alguns quilómetros do centro da vila da Batalha, em Porto de Mós, e permite saber mais sobre uma das mais importantes vitórias dos nossos antepassados. A entrada é gratuita, tanto na zona exterior como em parte da interior. Na primeira existem pequenos binóculos que permitem ver e imaginar o que estaria a acontecer no campo e até mesmo as táticas utilizadas. A cronologia da própria batalha é de visita livre no interior do Centro, mas é possível comprar um bilhete e ter acesso a uma exposição com armamento e a um filme de cerca de 30 minutos com uma recriação da batalha. Se não tiver tempo para o vídeo e para a exposição, explore livremente o exterior.
 
Morada: Avenida D. Nuno Álvares Pereira, 120, Aljubarrota, Porto de Mós
Horário: ter - dom 10:00 - 17:30. Encerra nos feriados de 25 de dezembro, 1 de janeiro, Domingo de Páscoa e 1 de maio 
Contacto: 244 480 060
Preço: 7€ (outros preços e descontos sob consulta)
 

Sabia que…
 
  • As Grutas da Moeda devem o seu nome a uma lenda que conta a história de um ladrão que caiu no algar com uma bolsa cheia de moedas que acabara de roubar, espalhando-as pelas grutas. 
  • Os antigos romanos instalaram, nos solos férteis da Batalha, a cidade de Collippo, que significa povoado localizado numa colina. Escavações arqueológicas encontraram a imponente estátua do Magistrado Romano, exposta no Museu da Comunidade Concelhia da Batalha. Esculpida em mármore, a estátua pesa 1 200 quilos e mede 2,20 metros.
  • Na Sala do Capítulo do Mosteiro da Batalha está o Cristo das Trincheiras a acompanhar o Monumento ao Soldado Desconhecido. Ao contrário do que possa pensar, esta peça não é uma réplica, tendo estado presente em vários momentos de combate real.


Património Mundial do Centro

O Centro de Portugal é uma região vasta, rica e diversa que conta estórias sobre a nossa História e que revela segredos e mistérios aos olhares mais atentos e aos ouvidos mais interessados. Esta é a terra onde se conquistou o futuro e se cumpriram promessas. Esta é a terra que instituiu o conhecimento e que eternizou o amor. Esta é uma terra universal. Esta é a terra que o espera. Descubra-a connosco a partir dos seus quatro lugares classificados pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.

Procure o seu Roteiro Património Mundial do Centro nos Postos de Turismo da Turismo Centro de Portugal e parta à descoberta de uma Região única.
Posto de Turismo da Batalha
Praça Mouzinho de Albuquerque, Batalha
244 765 180
 

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