3 dias em Tomar
Símbolo incontornável da História de Portugal, o Convento de Cristo é um dos maiores conjuntos monumentais de arquitetura peninsular e europeia. A ocupação pelos Templários e a Ordem de Cristo que lhes sucedeu em Portugal torna-o indissociável da grande epopeia dos portugueses pelo mundo. Sintetizando na sua arquitetura o mundo medieval e as marcas de um oriente então mais próximo, é um hino à portugalidade. Admire a sua beleza e aventure-se para lá dos muros, numa terra que exalta o mesmo apelo universalista nas suas marcas e nas suas gentes.
Dia 1
Convento de Cristo > Mata Nacional dos Sete Montes > Gastronomia: Fatias de Tomar, lampreia e sável
A viagem por vários séculos que fazemos no Convento de Cristo é apenas uma das razões que justificam a sua classificação, desde 1983, como Património Mundial da Humanidade. O ponto alto da visita é a Charola, que surpreende pela riqueza decorativa e pelas cores vibrantes. Passeie pela antiga Cerca do Convento, agora Mata Nacional, e recupere energia à mesa, acompanhado de um bom sável ou lampreia e, claro, Fatias de Tomar.
Descubra o segredo dos templários no Convento de Cristo
O Convento de Cristo, edificado no século XII, é um autêntico repositório da História de Portugal, quer da construção e vida do país, quer em termos artísticos e arquitetónicos. A verdade é que se conseguem encontrar vestígios de várias épocas e escolas de pensamento nas paredes deste Convento da Ordem de Cristo. A visita começa pelo Claustro do Cemitério e da Lavagem, ambos góticos do século XV com arcos em ogiva, que fazem a ligação entre o Castelo e a Charola.
A Igreja Fortaleza, ou Charola, é símbolo da fundação do reino de Portugal. A associação desta construção a uma igreja não é imediata, mas convém relembrar que a necessidade de defesa contra as incursões mouras exigia uma arquitetura mais robusta. É natural que as pinturas façam lembrar uma mesquita, pelas cores e pelos desenhos, já que foi construída à imagem do Templo de Salomão, do século XII. Um aviso prévio: a dor no pescoço vale a pena para apreciar todos os pormenores desta Charola. Os retábulos de grandes dimensões mostram a vida de Cristo e as figuras orientalizadas são prova das viagens pelo mundo. É com D. Manuel que a igreja é “rasgada” e nasce a Nave Manuelina – que marca a entrada e a saída da Charola, com quatro grandes janelões e pedra clara –, o coro alto e a Sala do Capítulo, de arcos abatidos com esfera armilar e Cruz de Cristo e que antecipa a famosa Janela do Capítulo, virada a poente. Chegamos ao Claustro Principal, obra-prima da arquitetura renascentista, revelando também experiências arquitetónicas de outros períodos. É por aqui que acedemos a uma das joias do Convento de Cristo, a Janela do Capítulo: sente-se e aprecie todos os pormenores desta fachada rica em simbologia.
É tempo de voltar ao Claustro Principal, que dá acesso a uma grande varanda com vista para a Mata Nacional dos Sete Montes, outrora pertencente ao Mosteiro. O Dormitório Grande fica num longo corredor, sendo ainda possível entrar em quartos, com vista privilegiada sobre a Janela do Capítulo. A visita não termina sem a passagem pelo grande refeitório, pelo Claustro dos Corvos, dedicado ao estudo, e pelo Claustro da Micha, “pequeno” em francês, já que era aqui que se encontrava o forno onde era cozido o pão que se dava aos pobres e aos peregrinos.
Morada: Igreja do Castelo Templário
Horário:
out – mai 09:00 - 17:30
jun – set 09:00 - 18:30
(última entrada meia hora antes do encerramento da bilheteira)
Contacto: 249 313 481
Preço: 6€ (outros preços e descontos sob consulta)
Inspire memórias na Mata Nacional dos Sete Montes
Ali mesmo ao lado, a Cerca do Convento era o local de cultivo e recolhimento dos cavaleiros da Ordem de Cristo. É entre o arvoredo frondoso e exuberante de ciprestes, olaias, carvalhos e oliveiras que poderá encontrar a “Charolinha”, um pequeno e enigmático templo de pedra, esculpido à imagem das torres-lanterna do Convento de Cristo e rodeado de um tanque circular que parece isolá-lo do mundo. Hoje conhecida por Mata Nacional dos Sete Montes, esta floresta em pleno centro de Tomar é o verdadeiro pulmão da cidade, sendo por isso mesmo o local ideal para caminhadas bucólicas e inspiradoras entre trilhos que cruzam o encanto das árvores com a memória não menos antiga dos Templários.
Morada: Praça do Infante D. Henrique
Horário:
out – fev 08:30-17:30
mar – set 08:30-19:30
Tomar à mesa
A Fatia de Tomar é boa opção em qualquer altura do dia. Fresca e surpreendentemente leve, as fatias são também generosas, independentemente local que escolher para a provar. Alguns dirão que só os mais gulosos a conseguirão comer sozinhos. Feitas com (muitas) gemas de ovo, açúcar e água – mergulhadas depois numa calda – as Fatias de Tomar são tão exclusivas da cidade que a panela usada para as cozer foi aqui inventada e só é vendida na região. Diz-se que este doce conventual foi criado no Convento de Cristo e que era a sobremesa favorita dos frades, embora possamos imaginar que é a predileta de muito mais gente. Mas em Tomar a cozinha reserva-lhe mais surpresas. A lampreia e o sável são outras das iguarias que fazem as delícias de todos, principalmente se forem servidas com açorda de ovas, uma outra especialidade. Não hesite, por isso, em provar e não se espante se tiver de desapertar o botão das calças no final da refeição.
A Fatia de Tomar é boa opção em qualquer altura do dia. Fresca e surpreendentemente leve, as fatias são também generosas, independentemente local que escolher para a provar. Alguns dirão que só os mais gulosos a conseguirão comer sozinhos. Feitas com (muitas) gemas de ovo, açúcar e água – mergulhadas depois numa calda – as Fatias de Tomar são tão exclusivas da cidade que a panela usada para as cozer foi aqui inventada e só é vendida na região. Diz-se que este doce conventual foi criado no Convento de Cristo e que era a sobremesa favorita dos frades, embora possamos imaginar que é a predileta de muito mais gente. Mas em Tomar a cozinha reserva-lhe mais surpresas. A lampreia e o sável são outras das iguarias que fazem as delícias de todos, principalmente se forem servidas com açorda de ovas, uma outra especialidade. Não hesite, por isso, em provar e não se espante se tiver de desapertar o botão das calças no final da refeição.
Dia 2
Igreja de São João Baptista > Sinagoga de Tomar > Casa Memória Lopes Graça > Núcleo de Arte Contemporânea
O segundo dia de passeio por Tomar fica-se pelo seu centro histórico e pelas margens do Rio Nabão. Perca-se pelo labirinto histórico que desagua na praça central, onde se ergue a Igreja de São João Baptista, epicentro da grande Festa dos Tabuleiros; visite a recém-reabilitada Sinagoga de Tomar, símbolo máximo da vida judaica na região e mergulhe no mundo musical de Lopes Graça.
Perca-se na história da cidade
Um passeio pelo centro histórico de Tomar vale por si só e é merecedor de, pelo menos, umas boas horas (se quiser ir mesmo nas calmas). O centro é pequeno e quase parado no tempo, o que, neste caso, é um grande elogio. As ruas são estreitas e labirínticas, as casas pequenas e bem arranjadas. E a melhor parte é que o Convento de Cristo aparece sempre como pano de fundo, lá no alto. Aproveite para entrar na Igreja de São João Baptista, classificada como Monumento Nacional em 1910. Em plena praça central, surpreende pelo portal manuelino do século XV, pelos azulejos do interior e pelas pinturas alusivas à Última Ceia, de Gregório Lopes. Este é o epicentro da Festa dos Tabuleiros, que acontece de quatro em quatro anos. Não deixe de fazer uma paragem estratégica numa das várias confeitarias do centro.
Igreja de São João Baptista
Morada: Praça da República
Morada: Praça da República
Horário: seg – dom 10:00 - 12:00 e 14:00 – 18:00
Visite a única sinagoga proto - renascentista em Portugal
Depois de muitos meses em restauro, a Sinagoga de Tomar reabriu recentemente ao público. Além de obras de conservação, foram criadas novas infraestruturas de apoio à visita. A Sinagoga de Tomar é o único exemplar do género no país, com influências orientais marcadas na planta quadrangular e na cobertura abobadada assente em colunas. Construída no século XV e encerrada aquando da expulsão dos Judeus de Portugal, em 1496, passou por várias funções, desde prisão até celeiro. Reconquistou a sua dignidade em 1921, ao ser classificada como Monumento Nacional. Um dos pontos altos da visita são as doze mísulas nas paredes, que simbolizam as doze tribos de Israel. As quatro colunas que sustentam a Sinagoga representam as quatro matriarcas: Sara, Rebeca, Léa e Raquel. As duas últimas, por serem filhas de Labão, foram destacadas com motivos vegetais na sua decoração.
Morada: Rua Dr. Joaquim Jacinto, 73
Horário:
abr – set / ter – dom 10:00 - 13:00 e 14:00 - 18:00
abr – set / ter – dom 10:00 - 12:00 e 14:00 - 17:00
Contacto: 249 329 823
Perca-se na Casa Memória Lopes Graça e no Núcleo de Arte Contemporânea
A dois passos da Sinagoga encontramos o museu que homenageia um dos maiores compositores e maestros portugueses. Fernando Lopes-Graça destacou-se no estudo do folclore nacional, sendo também autor de uma vasta obra literária sobre música portuguesa. O seu percurso como pianista inicia-se na cidade que o viu nascer, Tomar. Por isso mesmo, visite a Casa Memória Lopes Graça, que reúne objetos pessoais, partituras e peças musicais que são testemunho da sua atividade artística e política – a sua firme oposição ao regime fascista fez dele uma figura exemplar da luta pela democracia no nosso país. Siga, agora, para o Núcleo de Arte Contemporânea, constituído por doação do Professor José-Augusto França. De entre as mais de centenas de obras de diferentes períodos, encontre trabalhos de Mário Eloy, Almada Negreiros, Vespeira, Cutileiro e até José de Guimarães.
Casa Memória Lopes Graça
Morada: Rua Dr. Joaquim Jacinto 25
Horário:
outubro – março qua - dom 14:00 - 17:00
Contacto: 249 329 823ou cultura@cm-tomar.pt
Núcleo de Arte Contemporânea – Professor José-Augusto França
Morada: Rua de Gil Avô, Tomar
Horário:
outubro – abril ter – dom 10:00 – 13:00 e 14:00 – 18:00
maio – setembro ter – dom 10:00 – 13:00 e 15:00 – 19:00
Contacto: 249 329 814
Preço: Gratuito
Dia 3
Complexo da Levada > Casa dos Cubos > Igreja de Santa Maria do Olival > Gastronomia: Beija-me Depressa
Comece o dia com vista para o rio na Levada de Tomar e na Casa dos Cubos; homenageie Gualdim Pais no seu local de repouso e não fuja do centro de Tomar sem levar consigo doces conventuais que são autênticas provocações.
Conhecer a cidade pela sua arquitetura
As zonas verdes que envolvem o Rio Nabão são uma boa opção para fugir do sol nos dias de maior calor, para descansar as pernas e para partir à descoberta do Complexo da Levada e da Casa dos Cubos, ambos marcantes na história de Tomar. A origem da Levada de Tomar remonta ao século XII. Por ser contígua ao rio Nabão, ganha muitos pontos no que à paisagem diz respeito. Destacam-se os antigos moinhos e lagares, duas fábricas de moagem e até uma central elétrica. E há boas notícias: está a ser reabilitada para que nasça o Museu da Levada de Tomar. A Casa dos Cubos, originalmente usada como casa de armazenamento e contagem de produtos agrícolas, transformou-se em espaço cultural e polivalente em 2007 e alberga o Centro de Estudos em Fotografia de Tomar. A sua reabilitação valeu-lhe um prémio de arquitetura de interiores, o Contract World Award em 2009.
Complexo da Levada
Morada: Rua João Carlos Everard
Contacto: museologia@cm-tomar.pt
Casa dos Cubos
Morada: Praceta Alves Redol
Contacto: museologia@cm-tomar.pt
Homenageie um herói nacional na Igreja de Santa Maria do Olival
Mais do que as três naves de um interior amplo, iluminado pela grande rosácea, e o despojamento típico das ordens mendicantes e as demais expressões do estilo gótico em Portugal, a Igreja de Santa Maria do Olival distingue-se também pela sua ligação à herança templária de Tomar e ao seu fundador: Gualdim Pais. Companheiro fiel do nosso primeiro rei em muitas batalhas contra os mouros durante o período de expansão do país, partiu mais tarde para Jerusalém, onde combateu durante cinco anos sob a bandeira da Ordem dos Templários. De regresso ao jovem Reino, Afonso Henriques confia-lhe o destino da Ordem em Portugal, da qual se torna Grão-Mestre em 1157. É a partir daí que transfere o futuro dos templários portugueses para Tomar, onde funda o magnífico Castelo e o Convento de Cristo. Mentor da Linha do Tejo e herói do cerco de Tomar em 1190, repousa, aqui mesmo, na Igreja de Santa Maria do Olival.
Morada: Rua Aquiles da Mota Lima,
Horário:
abr – set
10:00 - 13:00 e 14:00 - 18:00
Contacto: 249 329 823 (Posto de Turismo de Tomar)
Regresse a casa de bagagem cheia
Faz parte do grupo de pessoas que leva recordações para toda a família? E se forem para comer ou beber ainda melhor? Então vamos a isso, que Tomar é um ótimo destino para encher a mala – e a barriga, já agora. Primeiro, porque não faltam bons exemplares de doçaria tradicional e conventual que merecem ser levados para casa. Depois, porque em Tomar já se pensa na difícil tarefa de transporte. Por isso mesmo, optar por doces que já vêm embalados é uma boa aposta. É o caso dos Beija-me Depressa, doces à base de ovos criados e feitos artesanalmente em Tomar, na confeitaria Estrelas de Tomar, a dois passos da Igreja de São João Baptista. Além de serem viciantes, vêm ainda numa caixa cor-de-rosa apelativa. E sejamos sinceros: ver a cara de alguém ao receber uma caixa que diz “Beija-me Depressa” é, por si só, sinónimo de uma boa gargalhada.
Sabia que…
- No refeitório do Convento encontra uma porta que deu, outrora, acesso à Sala da Iniciação. Tem o número 48 e uma figura com três caras pintados no teto. O que é que significa? O ontem, o hoje e o amanhã.
- Procure a pintura de S. Sebastião na Charola do Convento de Cristo e repare nas suas mãos. Gregório Lopes pintou-o com duas mãos direitas e até hoje ninguém sabe se terá sido apenas distração do artista.
- Seja das poucas pessoas a encontrar o cão e o gato na Janela do Capítulo. Procure a esfera armilar do lado direito; depois deslize o olhar ligeiramente para a esquerda e encontrá-los-á na vertical.
Património Mundial do Centro
O Centro de Portugal é uma região vasta, rica e diversa que conta estórias sobre a nossa História e que revela segredos e mistérios aos olhares mais atentos e aos ouvidos mais interessados. Esta é a terra onde se conquistou o futuro e se cumpriram promessas. Esta é a terra que instituiu o conhecimento e que eternizou o amor. Esta é uma terra universal. Esta é a terra que o espera. Descubra-a connosco a partir dos seus quatro lugares classificados pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.
Procure o seu Roteiro Património Mundial do Centro nos Postos de Turismo da Turismo Centro de Portugal e parta à descoberta de uma Região única.
www.cm-tomar.pt
turismodocentro.pt
www.conventocristo.gov.pt
Posto de Turismo de Tomar
Avenida Doutor Cândido Madureira, Tomar
Avenida Doutor Cândido Madureira, Tomar
249 329 823