3 dias em Coimbra
Património Mundial da Humanidade desde 2013, a Universidade de Coimbra, Alta e Sofia abrange quatro núcleos arquitetónicos e históricos que correspondem aos momentos de criação, desenvolvimento, reestruturação e consolidação da própria Universidade. Este reconhecido centro de produção e disseminação de saber, que ao longo de sete séculos se estendeu aos quatro continentes que testemunharam o Império Português, contribuiu, por si só, como veículo de difusão cultural e polo gerador de novas ideias, mas sobretudo para a afirmação de um outro tesouro universal: a Língua Portuguesa.
Dia 1
A visita a Coimbra não podia começar de outra forma que não por uma das salas de aula, na Universidade de Coimbra. Logo depois, continuamos a descoberta do Património Mundial da Humanidade na Alta e na Rua da Sofia, enquanto descemos em direção ao Mondego. O dia termina com uma vista privilegiada sobre a cidade e todo este património.
Ponha a lição em dia na Universidade de Coimbra
Que Coimbra recebe, diariamente, milhares de turistas não é segredo para ninguém. O que talvez não saiba é que a Biblioteca Geral não é o único local de aquisição de bilhetes. A primeira de muitas dicas que vamos dar sobre a Universidade de Coimbra é esta: é, também, possível comprar bilhetes no Laboratório Chimico, um dos núcleos museológicos do Museu da Ciência para além da Faculdade de Philosophia. E pode começar a visita por aqui mesmo, visitando o Gabinete de Física onde pode conhecer coleções de objetos e instrumentos científicos, e a Galeria de História Natural que detém uma coleção didática de animais, plantas, fósseis, minerais, entre muitos outros objetos.
Ao chegar à Porta Férrea, mesmo ao lado da Biblioteca Geral. Deslumbre-se, depois, com o imponente Paço das Escolas, um espaço amplo inundado pela brancura dos edifícios que o rodeiam. As escadas da Via Latina dão acesso ao Palácio Real, onde passamos pela Sala dos Capelos, admirada de várias perspetivas, de acordo com a janela por onde escolhermos espreitar; e tire alguns minutos para apreciar a cidade, o rio e o próprio Paço de uma comprida varanda a que temos acesso logo a seguir.
A visita não termina sem a Capela de S. Miguel, impressionante pelas cores vivas dos azulejos originais (azuis, brancos e amarelos) e a Biblioteca Joanina, onde as estantes de livros se sucedem umas às outras, entre vermelhos, dourados e madeira tão antiga quanto a história deste lugar. A subida à Torre da Universidade, essa, não está incluída no programa de visita. São 180 degraus que valem a pena pela vista oferecida do topo da torre, comummente conhecida entre os estudantes como a Torre da Cabra. Se outrora marcava o ritmo da vida académica, hoje os sinos convocam a comunidade estudantil para os atos mais solenes, assim como assinalam, em tom fúnebre, a morte de um professor.
Percorra a Alta e descubra a Rua da Sofia
Passear pela Alta de Coimbra é, por si só, passear por um Lugar Património Mundial da Humanidade. Se quisermos ser exatos, a Alta tem, ao todo, 21 edifícios classificados, incluindo o Jardim Botânico, o Colégio de S. Jerónimo e até a Sé Velha. Seguindo os Arcos, como é conhecido o Aqueduto de S. Sebastião, chega-se rapidamente ao Jardim Botânico. Os 13 hectares que o compõe incluem estufas, mata e canteiros temáticos, mas o que realmente importa é o sentimento de tranquilidade que se impõe mal se entra. Um dos espaços mais concorridos é, sem dúvida, a sombra da grande árvore do patamar superior à estufa. Além de ser uma boa alternativa para entreter as crianças nas horas de maior calor, é também uma excelente aposta para casais apaixonados. Depois do Botânico, aventure-se na Couraça de Lisboa, onde poderá desfrutar de uma magnífica vista sobre o Mondego. Pelo caminho, não deixe de visitar o Museu Nacional Machado de Castro, não só por ter uma das melhores vistas sobre a cidade da sua varanda, mas também por ter sido centro político e religioso na época romana, templo cristão desde o século XI e paço episcopal a partir da segunda metade do século XII. Atualmente reúne em exposição metais preciosos medievais, cerâmicas, têxteis, mobiliário e objetos arqueológicos de mosteiros e conventos abandonados da região de Coimbra.
Siga caminho até à imponente Sé Velha, ainda hoje, palco de um dos mais importantes momentos da vida académica, como a Serenata da Queima das Fitas, que se realiza tradicionalmente em maio. Perca-se pelas ruas e encontre o Núcleo da Guitarra e do Fado de Coimbra, que ocupa a reabilitada Torre de Anto. Logo a seguir, o Quebra-Costas – uma escadaria íngreme que liga o largo da Sé ao Arco de Almedina. Diz-se que quem aí cair não só termina o curso na Academia, como acabará por casar na cidade. Chegamos ao Arco (ou Porta) de Almedina, a antiga porta da cidade medieval onde, ao lado, se encontra a torre, ainda hoje visitável. Mas o Património Mundial da Humanidade estende-se, claro, à Rua da Sofia, à qual chegamos depois de passar pela Igreja de Santa Cruz, Panteão Nacional onde estão sepultados o primeiro e o segundo reis de Portugal. Existem dez edifícios classificados nesta rua que foi essencial à consolidação da vida académica da cidade, pela instituição de muitos colégios que deram, por sua vez, origem à Universidade de Coimbra.
Um pôr do sol com vista para a cidade
Depois de todo o passeio, sugerimos-lhe agora que relaxe na pele de um local. Ora, se há coisa que um conimbricense sabe fazer é apreciar o bom que a vida lhe dá. Nos últimos anos, Coimbra tem aprendido a tirar proveito da bonita paisagem que a Alta tem e, com isso, nasceram espaços imperdíveis. Não faltam opções entre hotéis, cafetarias ou até mesmo alguns edifícios da Universidade, como o Departamento de Arquitetura, o Instituto Universitário Justiça e Paz ou a varanda do Convento São Francisco. Outra proposta aliciante é a descoberta dos vários miradouros da cidade, como o da Conchada, do Vale do Inferno ou o Penedo da Saudade.
Dia 2
Atravesse o rio com passos de gigante e descubra o Portugal dos Pequenitos; viaje no tempo em Santa Clara e celebre o amor numa quinta cheia de jardins e fontes românticas; e termine o dia a brindar ao panorama cervejeiro artesanal e à gastronomia de Coimbra.
Atravesse o Mondego e apaixone-se em Santa Clara
O “outro lado do Rio”, como muitas vezes é referido, tem-se reinventado nos últimos anos e o dia fica, agora, reservado para conhecer alguns dos seus pontos mais icónicos. Começamos pelo Portugal dos Pequenitos, um paraíso para famílias com crianças. O nome explica tudo: é um parque temático com réplicas miniatura de vários locais importantes do país, incluindo a Torre da Universidade. Seguimos, entretanto, para o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, facilmente acessível a pé. A visita ao antigo mosteiro fundado por D. Mor Dias em 1283 – abandonado mais tarde por causa dos sucessivos avanços do rio – começa com um vídeo sobre a história do mosteiro e segue-se uma exposição de artefactos, pintura, fotografia e azulejos originais. No exterior é necessário puxar pela imaginação para ver locais que já não existem, como o antigo Paço da Rainha Santa Isabel, avó de D. Pedro, palco do amor de D. Pedro e D. Inês de Castro e local da sua execução. Repare nas ruínas do Mosteiro onde são visíveis o fontanário, o claustro e algumas das antigas dependências. Na igreja é fácil perceber por onde andaram as águas do Mondego, através das marcas ainda visíveis nas paredes, e a vista sobre todo o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha ganha pontos no andar superior, melhor preservado.
Continuamos na mesma rua que outrora nos trouxe ao Mosteiro e damos de caras com a entrada da Quinta das Lágrimas. Era aqui que D. Pedro e D. Inês de Castro se encontravam secretamente e até se diz que D. Pedro recorria à canalização existente entre a Quinta das Lágrimas e o convento das clarissas para comunicar com a sua amada usando barcos de madeira que eram levados pelas águas da Fonte dos Amores. Além dessa, existe ainda a Fonte das Lágrimas, cujas águas terão, segundo a lenda, bebido das lágrimas de Inês aquando da sua morte. E a lenda vai mais longe e dita que a mancha avermelhada na rocha é sangue da própria.
Voltamos, geograficamente, ao início e ao Convento São Francisco. Suba até à entrada principal do Convento e tire todo o proveito da varanda com uma das melhores vistas sobre a cidade (principalmente ao por do sol), com a Universidade, claro, a tomar o lugar cimeiro da paisagem.
Tendo já sido uma das mais importantes em Portugal, a tradição cervejeira de Coimbra dá, atualmente, passos firmes no seu restabelecimento. Com isto queremos dizer que é possível beber boa cerveja em Coimbra, fugindo das marcas mais comerciais e massificadas. Além de marcas tão icónicas da cidade como a Onyx, uma dark lager com 4,5%, e a Topázio, uma pilsner com 5,6%, que voltaram recentemente aos bares e às prateleiras dos vários espaços comerciais, existem ainda espaços inteiramente dedicados à cerveja artesanal. É o caso da Praxis que, recorrendo à água do próprio território, arriscou na criação de uma experiência totalmente voltada para a cerveja artesanal. É um três em um perfeito: um restaurante, um museu e uma produtora artesanal. Aqui, além de provar snacks e iguarias – muitas delas feitas à base ou com recurso a cerveja – pode ainda conhecer todo o processo cervejeiro, da “semente” ao copo.
Desfrute de uma mesa recheada
Segundo a tradição, e temendo o saque das tropas napoleónicas durante as Invasões Francesas, a população de Miranda do Corvo optou por usar vinho para conservar a carne dos animais de forma mais duradoura. Assim nasceu a chanfana, um prato de confeção demorada que, apesar de não ter origem em Coimbra, acabou por se tornar uma iguaria da cidade. Não deixe, por isso, de a provar num dos vários restaurantes especializados. Assim como o leitão, temperado com alho, sal, pimenta, salsa, toucinho, manteiga de porco, folha de louro e uma mão experiente. No entanto, a jóia da gastronomia conimbricense é a doçaria conventual, graças aos labores e saberes dos conventos e mosteiros da cidade: entre os Pastéis de Santa Clara, o manjar branco, as arrufadas, as queijadas, a barriga de freira e, mais recentemente, os crúzios, não faltam razões para se deliciar, levar um pouco de Coimbra consigo e partilhá-lo com quem mais gosta.
Dia 3
Mergulhe no mundo da vida académica de Coimbra, conheça as repúblicas universitárias e não parta da cidade dos estudantes sem se sentar numa mesa a ouvir a bela Canção de Coimbra. Só assim compreenderá a ideia de que “Coimbra tem mais encanto na hora da despedida”.
Descubra a Coimbra Judaica
A construção de um país cristão fez com que os primeiros reis de Portugal usassem as comunidades judaicas existentes ao seu serviço e lhes concedessem privilégios pela ajuda no povoamento do território. Coimbra preservou, até hoje, muitas características e influências judaicas e a nossa sugestão é que passe agora algumas horas a conhecer a Coimbra Judaica, já que o mais antigo bairro judaico da cidade se situava na encosta, junto de Santa Cruz. Na altura, o bairro estendia-se até à atual Avenida Sá da Bandeira, onde se encontrava a Fonte dos Judeus. Esta era a Judiaria Velha. A Nova ficaria na zona do Largo de Sansão, e estender-se-ia entre a atual Rua Direita e o Largo da Freiria. O Pátio da Inquisição também faz parte deste roteiro judaico de Coimbra, assim como a praça 8 de Maio, antigo Largo de Sansão, onde realizavam mercados, festas e autos de fé e a própria Universidade de Coimbra.
Uma cidade de muitas repúblicas
As Repúblicas Universitárias são verdadeiras comunidades, casas de estudantes partilhadas ou residências universitárias alternativas que vão mais longe, pela vida boémia e pelas questões ideológicas associadas há muitos anos a Coimbra e à irreverência dos jovens que por cá passam. Já que estamos a falar de vida académica, vamos a uma pequena aula de história: em 1834, Joaquim António de Aguiar decreta a extinção das congregações, dos mosteiros e qualquer casa ou colégio religioso. Foi necessário criar uma alternativa para o alojamento dos muitos estudantes e assim nasceram as Repúblicas Universitárias. Atualmente existem cerca de 25 Repúblicas espalhadas pela cidade e muitas têm nomes engraçados: “Real República Rapó-Taxo”, “Real República Rás-Te-Parta” ou “Real República Prá-Kys-Tão”.
Ouvir a Canção de Coimbra
A Canção de Coimbra é a música que marca o ritmo da cidade. Intimamente ligada às tradições académicas, surgiu espontaneamente entre os grupos de estudantes, que se juntavam ao cair da noite nas suas próprias casas, nos cafés ou até no meio da rua. Cantado exclusivamente por homens, o fado conimbricense requer, ainda hoje, o traçar da capa do traje académico. Por isso mesmo, uma visita a Coimbra não está completa sem uma serenata, ainda que estas já raramente aconteçam no meio da rua. Além das várias casas que organizam espetáculos de Canção de Coimbra, as festas estudantis são sempre boas ocasiões para ouvir soar as guitarras e as vozes da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra ou das várias Tunas e Grupos de Fado da cidade.
Sabia que...
Património Mundial do Centro
O Centro de Portugal é uma região vasta, rica e diversa que conta estórias sobre a nossa História e que revela segredos e mistérios aos olhares mais atentos e aos ouvidos mais interessados. Esta é a terra onde se conquistou o futuro e se cumpriram promessas. Esta é a terra que instituiu o conhecimento e que eternizou o amor. Esta é uma terra universal. Esta é a terra que o espera. Descubra-a connosco a partir dos seus quatro lugares classificados pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.
Dia 1
Universidade de Coimbra > Alta de Coimbra: Jardim Botânico, Museu Nacional Machado de Castro, Sé Velha, Núcleo da Guitarra e do Fado de Coimbra, Quebra-Costas e Arco de Almedina > Rua da Sofia > Igreja de Santa Cruz
A visita a Coimbra não podia começar de outra forma que não por uma das salas de aula, na Universidade de Coimbra. Logo depois, continuamos a descoberta do Património Mundial da Humanidade na Alta e na Rua da Sofia, enquanto descemos em direção ao Mondego. O dia termina com uma vista privilegiada sobre a cidade e todo este património.
Ponha a lição em dia na Universidade de Coimbra
Que Coimbra recebe, diariamente, milhares de turistas não é segredo para ninguém. O que talvez não saiba é que a Biblioteca Geral não é o único local de aquisição de bilhetes. A primeira de muitas dicas que vamos dar sobre a Universidade de Coimbra é esta: é, também, possível comprar bilhetes no Laboratório Chimico, um dos núcleos museológicos do Museu da Ciência para além da Faculdade de Philosophia. E pode começar a visita por aqui mesmo, visitando o Gabinete de Física onde pode conhecer coleções de objetos e instrumentos científicos, e a Galeria de História Natural que detém uma coleção didática de animais, plantas, fósseis, minerais, entre muitos outros objetos.
Ao chegar à Porta Férrea, mesmo ao lado da Biblioteca Geral. Deslumbre-se, depois, com o imponente Paço das Escolas, um espaço amplo inundado pela brancura dos edifícios que o rodeiam. As escadas da Via Latina dão acesso ao Palácio Real, onde passamos pela Sala dos Capelos, admirada de várias perspetivas, de acordo com a janela por onde escolhermos espreitar; e tire alguns minutos para apreciar a cidade, o rio e o próprio Paço de uma comprida varanda a que temos acesso logo a seguir.
A visita não termina sem a Capela de S. Miguel, impressionante pelas cores vivas dos azulejos originais (azuis, brancos e amarelos) e a Biblioteca Joanina, onde as estantes de livros se sucedem umas às outras, entre vermelhos, dourados e madeira tão antiga quanto a história deste lugar. A subida à Torre da Universidade, essa, não está incluída no programa de visita. São 180 degraus que valem a pena pela vista oferecida do topo da torre, comummente conhecida entre os estudantes como a Torre da Cabra. Se outrora marcava o ritmo da vida académica, hoje os sinos convocam a comunidade estudantil para os atos mais solenes, assim como assinalam, em tom fúnebre, a morte de um professor.
Morada: Largo da Porta Férrea
Horário:
1 mar – 27 out
Bilheteira: 08:30 – 19:00
Visitas: 09:00 – 19:30
28 out – 28 fev
Bilheteira: 09:00 – 13:00 e 14:00 – 17:00
Visitas: 09:30 – 13:30 e 14:00 – 17:00
Torre da Universidade:
16 mar – 31 out
10:00 – 18:00
Contacto: 239 242 744
Preço: 7 – 12,30€
Percorra a Alta e descubra a Rua da Sofia
Passear pela Alta de Coimbra é, por si só, passear por um Lugar Património Mundial da Humanidade. Se quisermos ser exatos, a Alta tem, ao todo, 21 edifícios classificados, incluindo o Jardim Botânico, o Colégio de S. Jerónimo e até a Sé Velha. Seguindo os Arcos, como é conhecido o Aqueduto de S. Sebastião, chega-se rapidamente ao Jardim Botânico. Os 13 hectares que o compõe incluem estufas, mata e canteiros temáticos, mas o que realmente importa é o sentimento de tranquilidade que se impõe mal se entra. Um dos espaços mais concorridos é, sem dúvida, a sombra da grande árvore do patamar superior à estufa. Além de ser uma boa alternativa para entreter as crianças nas horas de maior calor, é também uma excelente aposta para casais apaixonados. Depois do Botânico, aventure-se na Couraça de Lisboa, onde poderá desfrutar de uma magnífica vista sobre o Mondego. Pelo caminho, não deixe de visitar o Museu Nacional Machado de Castro, não só por ter uma das melhores vistas sobre a cidade da sua varanda, mas também por ter sido centro político e religioso na época romana, templo cristão desde o século XI e paço episcopal a partir da segunda metade do século XII. Atualmente reúne em exposição metais preciosos medievais, cerâmicas, têxteis, mobiliário e objetos arqueológicos de mosteiros e conventos abandonados da região de Coimbra.
Siga caminho até à imponente Sé Velha, ainda hoje, palco de um dos mais importantes momentos da vida académica, como a Serenata da Queima das Fitas, que se realiza tradicionalmente em maio. Perca-se pelas ruas e encontre o Núcleo da Guitarra e do Fado de Coimbra, que ocupa a reabilitada Torre de Anto. Logo a seguir, o Quebra-Costas – uma escadaria íngreme que liga o largo da Sé ao Arco de Almedina. Diz-se que quem aí cair não só termina o curso na Academia, como acabará por casar na cidade. Chegamos ao Arco (ou Porta) de Almedina, a antiga porta da cidade medieval onde, ao lado, se encontra a torre, ainda hoje visitável. Mas o Património Mundial da Humanidade estende-se, claro, à Rua da Sofia, à qual chegamos depois de passar pela Igreja de Santa Cruz, Panteão Nacional onde estão sepultados o primeiro e o segundo reis de Portugal. Existem dez edifícios classificados nesta rua que foi essencial à consolidação da vida académica da cidade, pela instituição de muitos colégios que deram, por sua vez, origem à Universidade de Coimbra.
Jardim Botânico
Morada: Calçada Martim de Freitas
Horário:
abr – set 09:00 – 20:00
out – mar 09:00 – 17:30
Contacto: 239 855 215
Museu Nacional Machado de Castro
Morada: Largo Doutor José Rodrigues
Horário: ter 14:00 - 18:00, qua – dom 10:00 - 18:00
Contacto: 239 853 070
Preço: 6€
Sé Velha
Sé Velha
Morada: Largo da Sé Velha
Horário:
seg – sex 10:00 – 17:30, sáb 10:00 – 18:30, dom e feriados religiosos 11:00 – 17:00
Contacto: 239 825 273
Preço: 2,50€
Núcleo da Guitarra e do Fado de Coimbra
Morada: Rua de Sobre Ribas
Horário: ter – sáb 10:00 – 13:00 e 14:00 – 18:00
Depois de todo o passeio, sugerimos-lhe agora que relaxe na pele de um local. Ora, se há coisa que um conimbricense sabe fazer é apreciar o bom que a vida lhe dá. Nos últimos anos, Coimbra tem aprendido a tirar proveito da bonita paisagem que a Alta tem e, com isso, nasceram espaços imperdíveis. Não faltam opções entre hotéis, cafetarias ou até mesmo alguns edifícios da Universidade, como o Departamento de Arquitetura, o Instituto Universitário Justiça e Paz ou a varanda do Convento São Francisco. Outra proposta aliciante é a descoberta dos vários miradouros da cidade, como o da Conchada, do Vale do Inferno ou o Penedo da Saudade.
Dia 2
Portugal dos Pequenitos > Mosteiro de Santa Clara-a-Velha > Quinta das Lágrimas > Convento de São Francisco > Gastronomia: cerveja artesanal, chanfana, leitão e doçaria conventual
Atravesse o rio com passos de gigante e descubra o Portugal dos Pequenitos; viaje no tempo em Santa Clara e celebre o amor numa quinta cheia de jardins e fontes românticas; e termine o dia a brindar ao panorama cervejeiro artesanal e à gastronomia de Coimbra.
Atravesse o Mondego e apaixone-se em Santa Clara
O “outro lado do Rio”, como muitas vezes é referido, tem-se reinventado nos últimos anos e o dia fica, agora, reservado para conhecer alguns dos seus pontos mais icónicos. Começamos pelo Portugal dos Pequenitos, um paraíso para famílias com crianças. O nome explica tudo: é um parque temático com réplicas miniatura de vários locais importantes do país, incluindo a Torre da Universidade. Seguimos, entretanto, para o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, facilmente acessível a pé. A visita ao antigo mosteiro fundado por D. Mor Dias em 1283 – abandonado mais tarde por causa dos sucessivos avanços do rio – começa com um vídeo sobre a história do mosteiro e segue-se uma exposição de artefactos, pintura, fotografia e azulejos originais. No exterior é necessário puxar pela imaginação para ver locais que já não existem, como o antigo Paço da Rainha Santa Isabel, avó de D. Pedro, palco do amor de D. Pedro e D. Inês de Castro e local da sua execução. Repare nas ruínas do Mosteiro onde são visíveis o fontanário, o claustro e algumas das antigas dependências. Na igreja é fácil perceber por onde andaram as águas do Mondego, através das marcas ainda visíveis nas paredes, e a vista sobre todo o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha ganha pontos no andar superior, melhor preservado.
Continuamos na mesma rua que outrora nos trouxe ao Mosteiro e damos de caras com a entrada da Quinta das Lágrimas. Era aqui que D. Pedro e D. Inês de Castro se encontravam secretamente e até se diz que D. Pedro recorria à canalização existente entre a Quinta das Lágrimas e o convento das clarissas para comunicar com a sua amada usando barcos de madeira que eram levados pelas águas da Fonte dos Amores. Além dessa, existe ainda a Fonte das Lágrimas, cujas águas terão, segundo a lenda, bebido das lágrimas de Inês aquando da sua morte. E a lenda vai mais longe e dita que a mancha avermelhada na rocha é sangue da própria.
Voltamos, geograficamente, ao início e ao Convento São Francisco. Suba até à entrada principal do Convento e tire todo o proveito da varanda com uma das melhores vistas sobre a cidade (principalmente ao por do sol), com a Universidade, claro, a tomar o lugar cimeiro da paisagem.
Portugal dos Pequenitos
Morada: Rossio de Santa Clara
Horário:
jan – fev e 16 out – 31 dez 10:00 – 17:00
mar – mai e 16 set – 15 out 10:00 – 19:00
jun – 15 set 09:00 – 20:00
Contacto: 239 801 170
Preço: 9,95€
Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
Morada: Rua das Parreiras
Horário:
1 abr – 14 out ter – dom 10:00 – 19:00
15 out – 31 mar ter – dom 09:00 – 17:00
Contacto: 239 801 160
Preço: 4€
Quinta das Lágrimas
Morada: Rua José Vilarinho Raposo, 1
Horário:
16 mar – 15 out ter – dom 10:00 – 19:00
16 out – 15 mar ter – dom 10:00 – 17:00
Contacto:
239 802 380
Preço: 2,50€
Convento São Francisco
Morada: Avenida da Guarda Inglesa, 1A
Horário: seg – dom 15:00 – 20:00
Contacto: 239 857 190
Um brinde artesanalTendo já sido uma das mais importantes em Portugal, a tradição cervejeira de Coimbra dá, atualmente, passos firmes no seu restabelecimento. Com isto queremos dizer que é possível beber boa cerveja em Coimbra, fugindo das marcas mais comerciais e massificadas. Além de marcas tão icónicas da cidade como a Onyx, uma dark lager com 4,5%, e a Topázio, uma pilsner com 5,6%, que voltaram recentemente aos bares e às prateleiras dos vários espaços comerciais, existem ainda espaços inteiramente dedicados à cerveja artesanal. É o caso da Praxis que, recorrendo à água do próprio território, arriscou na criação de uma experiência totalmente voltada para a cerveja artesanal. É um três em um perfeito: um restaurante, um museu e uma produtora artesanal. Aqui, além de provar snacks e iguarias – muitas delas feitas à base ou com recurso a cerveja – pode ainda conhecer todo o processo cervejeiro, da “semente” ao copo.
Morada: Rua António Augusto Gonçalves, 28/29
Horário: seg – sáb 10:30 – 02:00, dom 10:30 – 01:00
Contacto: 239 440 207
Desfrute de uma mesa recheada
Segundo a tradição, e temendo o saque das tropas napoleónicas durante as Invasões Francesas, a população de Miranda do Corvo optou por usar vinho para conservar a carne dos animais de forma mais duradoura. Assim nasceu a chanfana, um prato de confeção demorada que, apesar de não ter origem em Coimbra, acabou por se tornar uma iguaria da cidade. Não deixe, por isso, de a provar num dos vários restaurantes especializados. Assim como o leitão, temperado com alho, sal, pimenta, salsa, toucinho, manteiga de porco, folha de louro e uma mão experiente. No entanto, a jóia da gastronomia conimbricense é a doçaria conventual, graças aos labores e saberes dos conventos e mosteiros da cidade: entre os Pastéis de Santa Clara, o manjar branco, as arrufadas, as queijadas, a barriga de freira e, mais recentemente, os crúzios, não faltam razões para se deliciar, levar um pouco de Coimbra consigo e partilhá-lo com quem mais gosta.
Dia 3
Coimbra Judaica > Rota das Repúblicas > Canção de Coimbra
Mergulhe no mundo da vida académica de Coimbra, conheça as repúblicas universitárias e não parta da cidade dos estudantes sem se sentar numa mesa a ouvir a bela Canção de Coimbra. Só assim compreenderá a ideia de que “Coimbra tem mais encanto na hora da despedida”.
Descubra a Coimbra Judaica
A construção de um país cristão fez com que os primeiros reis de Portugal usassem as comunidades judaicas existentes ao seu serviço e lhes concedessem privilégios pela ajuda no povoamento do território. Coimbra preservou, até hoje, muitas características e influências judaicas e a nossa sugestão é que passe agora algumas horas a conhecer a Coimbra Judaica, já que o mais antigo bairro judaico da cidade se situava na encosta, junto de Santa Cruz. Na altura, o bairro estendia-se até à atual Avenida Sá da Bandeira, onde se encontrava a Fonte dos Judeus. Esta era a Judiaria Velha. A Nova ficaria na zona do Largo de Sansão, e estender-se-ia entre a atual Rua Direita e o Largo da Freiria. O Pátio da Inquisição também faz parte deste roteiro judaico de Coimbra, assim como a praça 8 de Maio, antigo Largo de Sansão, onde realizavam mercados, festas e autos de fé e a própria Universidade de Coimbra.
Uma cidade de muitas repúblicas
As Repúblicas Universitárias são verdadeiras comunidades, casas de estudantes partilhadas ou residências universitárias alternativas que vão mais longe, pela vida boémia e pelas questões ideológicas associadas há muitos anos a Coimbra e à irreverência dos jovens que por cá passam. Já que estamos a falar de vida académica, vamos a uma pequena aula de história: em 1834, Joaquim António de Aguiar decreta a extinção das congregações, dos mosteiros e qualquer casa ou colégio religioso. Foi necessário criar uma alternativa para o alojamento dos muitos estudantes e assim nasceram as Repúblicas Universitárias. Atualmente existem cerca de 25 Repúblicas espalhadas pela cidade e muitas têm nomes engraçados: “Real República Rapó-Taxo”, “Real República Rás-Te-Parta” ou “Real República Prá-Kys-Tão”.
Ouvir a Canção de Coimbra
A Canção de Coimbra é a música que marca o ritmo da cidade. Intimamente ligada às tradições académicas, surgiu espontaneamente entre os grupos de estudantes, que se juntavam ao cair da noite nas suas próprias casas, nos cafés ou até no meio da rua. Cantado exclusivamente por homens, o fado conimbricense requer, ainda hoje, o traçar da capa do traje académico. Por isso mesmo, uma visita a Coimbra não está completa sem uma serenata, ainda que estas já raramente aconteçam no meio da rua. Além das várias casas que organizam espetáculos de Canção de Coimbra, as festas estudantis são sempre boas ocasiões para ouvir soar as guitarras e as vozes da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra ou das várias Tunas e Grupos de Fado da cidade.
Sabia que...
- Ao todo, contam-se 32 edifícios classificados como Património Mundial, entre a Universidade, a Alta e a Sofia? São eles:
- Paço Real
- Jardim Botânico
- Real Colégio das Artes
- Casa dos Melos
- Colégio de Jesus
- Arquivo da Universidade
- Imprensa da Universidade
- Laboratório Chímico
- Colégio de Santo António da Pedreira
- Colégio de Santa Rita
- Colégio da Santa Trindade
- Casa das Caldeiras
- Faculdade de Medicina
- Departamento de Física e Química
- Museu Nacional Machado de Castro
- Colégio de São Jerónimo
- Colégio de São Bento
- Associação Académica de Coimbra
- Sé Velha
- Faculdade de Letras
- Departamento de Matemática
- Biblioteca Geral
- Colégio de Santo Agostinho
- Colégio de S. Tomás de Aquino
- Colégio de N. Sra. do Carmo
- Antigo Colégio das Artes
- Colégio S. Pedro dos Terceiros
- Colégio de S. Boaventura
- Colégio da Graça
- Colégio do Espírito Santo
- Palácio de Sub-Ripas
- Mosteiro de Santa Cruz
- D. Pedro usava os canais das fontes que ligavam o Mosteiro de Santa-Clara-a-Velha e a Quinta das Lágrimas para comunicar com a sua amada? Diz a tradição que usava barcos de madeira e o Cano do Amor, como foi batizado, está devidamente sinalizado nos jardins.
- Existem vários roteiros definidos que pode usar para complementar a sua visita? Há para todos os gostos, do Património Mundial aos escritores, da cidade muralhada à fundação da nacionalidade, do património visitável ao fado e às tradições, passando pelos jardins históricos e pelos interesses dos mais novos. Pode encontrar estes roteiros nos postos de turismo da cidade.
Património Mundial do Centro
O Centro de Portugal é uma região vasta, rica e diversa que conta estórias sobre a nossa História e que revela segredos e mistérios aos olhares mais atentos e aos ouvidos mais interessados. Esta é a terra onde se conquistou o futuro e se cumpriram promessas. Esta é a terra que instituiu o conhecimento e que eternizou o amor. Esta é uma terra universal. Esta é a terra que o espera. Descubra-a connosco a partir dos seus quatro lugares classificados pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.
Procure o seu Roteiro Património Mundial do Centro nos Postos de Turismo da Turismo Centro de Portugal e parta à descoberta de uma Região única.
www.cm-coimbra.pt
turismodocentro.pt
www.uc.pt
Posto de Turismo de Coimbra
www.cm-coimbra.pt
turismodocentro.pt
www.uc.pt
Posto de Turismo de Coimbra
Praça 8 de Maio, Coimbra
239 857 500