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3 dias em Alcobaça

3 dias em Alcobaça

Com as suas origens associadas de forma umbilical à independência do recém-proclamado Reino de Portugal, o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça é muito mais que um dos símbolos primordiais da nacionalidade. Portento gótico que se eleva e expressa em formas de grandeza, pureza e beleza incontestáveis, o Mosteiro de Alcobaça é também o relicário da história de amor mais celebrada pelos portugueses. Desvende os seus mistérios e use-o como ponto de partida para a descoberta de um território único, de doces sabores e aromas de vinho e maçã.


Dia 1

Mosteiro de Alcobaça > Levada de Alcobaça > Parque Verde > Jardim do Amor

O primeiro dia desta viagem por Alcobaça está reservado para o amor. O amor entre D. Pedro e D. Inês de Castro, eternizado no Mosteiro; e o amor dos dias de hoje, guardado a cadeado e partilhado pelas redes sociais.

Apaixone-se no Mosteiro de Alcobaça



Em primeiro lugar saiba que a entrada e visita à Igreja do Mosteiro de Alcobaça, onde se encontram os túmulos de D. Pedro e D. Inês de Castro, é gratuita e livre. Ou seja, pode entrar as vezes que quiser para apreciar o altar, para rezar ou simplesmente para tirar fotografias. Típica da Ordem de Cister, a simplicidade da igreja salta à vista, por dispensar grandes ornamentos e imagens para chegar a Deus.

A visita começa pela Sala dos Reis, onde encontra esculpidas, pela mestria dos antigos monges barristas, estátuas dos vários monarcas portugueses. O Claustro D. Dinis foi o primeiro a ser construído e, por isso, serve as principais dependências. Era também conhecido por Claustro do Silêncio por, em torno dele, circularem os monges em mudez voluntária por amor à Regra. Seguimos para a Sala do Capítulo e para o Dormitório Comum, no piso superior, onde uma janela deixa espreitar os túmulos imortais de D. Pedro e D. Inês de Castro, que outrora deu acesso direto à Igreja. Ao Refeitório está ligada a Cozinha, que impressiona pela considerável dimensão da chaminé. Regressamos à Igreja e ao ponto alto desta visita: os túmulos de D. Pedro e D. Inês de Castro, de pés virados um para o outro para que, quando se levantassem numa próxima vida, se encontrassem frente-a-frente.

Uma curiosidade: a colocação destes túmulos numa igreja da Ordem de Cister é, por si só, uma exceção, já que tal nunca tinha acontecido, nem com membros da própria ordem nem com os seus fundadores.

Morada: Praça 25 de abril
Horário:
abr – set 09:00 - 19:00
out – mar 09:00 - 18:00
(última entrada meia hora antes do encerramento da bilheteira)
Contacto: 262 505 120
Preço: 6€ (outros preços e descontos sob consulta)

Perca-se pela Levada de Alcobaça e pelo Parque Verde
Acabados de sair do Mosteiro – e para aproveitar que a vida cisterciense ainda está bem fresca na memória –, rumamos à Levada de Alcobaça, o sistema de abastecimento de água do mosteiro. É na zona da Rua Costa Veiga que ainda é possível observar este complexo que inclui a Levada, um canal de grande caudal e a conduta de água potável. Se quiser conhecer mais pormenores sobre este sistema de primordial importância na vida da ordem cisterciense, siga para o Bairro Lameirão, onde é possível encontrar – além das estruturas próprias da Levada – outros vestígios da época, como fontanários. A levada é acompanhada pelo Parque Verde e pelo seu circuito pedonal, que faz a ligação entre a “Nova Alcobaça” e o Jardim do Obelisco, no Mosteiro, e acompanha o curso de água entre o rio Alcoa e a Levada. Desfrute da vasta zona verde, do anfiteatro ao ar livre e de tudo o que pode agradar aos mais novos (e não só, claro).

Celebre o amor no Centro Histórico



A maior história de amor do país não se esgota nos túmulos dos seus protagonistas. Enveredando pelo centro de Alcobaça, não faltam convites para descobrir mais sobre o amor de Pedro e Inês. No Jardim do Amor, no exterior da Biblioteca Municipal, dois tronos, símbolos da realeza, transformam-se em cenário de sessão fotográfica, mesmo em frente a um grande coração de ferro. Não estranhe os pequenos cofres nas paredes e saiba que um pode ser seu. O Kit do Amor traz aloquete, chaves, ginja e maçã de Alcobaça e um pequeno papiro onde os apaixonados poderão jurar amor eterno. Pode ser adquirido no Posto de Turismo ou em lojas de comércio local. Mesmo ao lado, encontra várias peças de cerâmica, pertencentes ao Percurso Camoniano – Pedro e Inês em Cerâmica de Alcobaça. Fruto da associação de estudantes de design com as empresas de cerâmica da região, interpretam o episódio de Inês de Castro de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.

Morada: Jardim da Biblioteca Municipal de Alcobaça, Rua Araújo Guimarães
Horário: seg – dom 07:00 - 19:30
 

Dia 2

Museu do Vinho de Alcobaça > Cestas de Junco > Chita de Alcobaça

Dedicamos o segundo dia de visita à gastronomia e às tradições seculares ainda hoje importantes na vida da região. Começamos o dia a conhecer o vinho de Alcobaça e perdemos a noção das horas no centro histórico, onde encontrará a chita e as cestas de junco.

Um brinde ao bom vinho da Região no Museu do Vinho
Sobre a visita àquele que é considerado um dos melhores e mais completos museus de vinho em Portugal, damos-lhe o melhor motivo para ir e sorrir: a visita inclui uma prova de vinhos. Agora que já esboçou um sorriso, podemos avançar. O Museu do Vinho de Alcobaça ocupa a antiga adega de José Eduardo Raposo de Magalhães, datada do século XIX e reúne em exposição mais de dez mil objetos relacionados com o processo de produção vitivinícola, contando ainda com um jardim dedicado a Baco, versão romana do grego Dioniso, o deus deste néctar. Vale a pena pela manhã bem passada de copo na mão.

Morada: Rua de Leiria
Horário: ter – dom 10:00 - 12:00 e 14:00 - 17:00
Contacto: 968 497 832
Preço: 3,60€ (outros preços e descontos sob consulta)

Encha a mala de recordações



Um dos encantos de viajar e de descobrir novos lugares é trazer memórias inesquecíveis e encher a mala de recordações. No que às cestas de junco diz respeito, não faltam opções para todos os gostos, tamanhos e feitios nas várias lojas tradicionais de artesanato do centro de Alcobaça. É, no entanto, possível que já tenha ouvido falar de uma das marcas mais badaladas deste campeonato. Feitas à mão na aldeia de Castanheira, em Alcobaça, as Cestas de Junco by Toino Abel, típicas da região, já são cartão-de-visita em muitas capitais europeias, tendo já chegado à Nova Zelândia. Das mais tradicionais às mais coloridas, das com às sem alças, há modelos para todos os gostos.

Se enquanto passeava pelas ruas de Alcobaça deu de caras com a Chita, saiba que é outra ótima recordação. A Chita é, nem mais nem menos, um tecido de algodão estampado trazido da Índia pelos portugueses no século XV. Em Alcobaça começou a fazer parte da vida dos habitantes no século seguinte e até Gil Vicente registou o hábito na “Farsa dos Almocreves”. Os padrões ricamente coloridos, com pássaros, flores, animais, frutas, cornucópias e até ninhos, são motivos tradicionais da Chita que se tornou uma reconhecida marca de Alcobaça. A tradição mantém-se hoje pelas mãos de artesãos e designers locais, que vão modernizando e inovando nos padrões, mantendo a Chita no coração da vida da Região.


Dia 3

Gastronomia: doçaria conventual, ginja e Frango na Púcara > Parque dos Monges > Aljubarrota > Mosteiro de Cós

Não deixamos Alcobaça sem antes provarmos a sua gastronomia, dos doces à ginja, passando, claro, pela maçã. Damos motivos aos miúdos para sorrir, num parque temático que os transporta para a vida na Ordem de Cister; e descobrimos a pequena vila de Aljubarrota. Já de saída, fazemo-nos convidados numa das maiores pérolas ainda pouco conhecidas da região.

Mergulhe de cabeça na gastronomia local



Não podemos falar de Alcobaça sem referir as maçãs que aqui se produzem. Em sobremesas, compotas e até como acompanhamento, é importante saber que resultam de um “saber fazer” secular com origem nos monges cistercienses, pioneiros no seu estudo. O que também nasceu no seio da vida monástica foi a famosa doçaria de Alcobaça. Assente no secretismo dos seus ingredientes e em tradições seculares, a fama da doçaria conventual foi crescendo e é agora premiada nacional e internacionalmente. Na zona do Mosteiro, espreite a Alcôa e as suas delícias à base de gemas, açúcar e frutos sazonais e secos. Mas não se esqueça da boa ginja local. Além da famosa Ginja M.S.R, criada em 1930, existem muitas outras referências que valem a pena levar para casa. Esteja atento a referências de produção local, claro. E nunca recuse um Frango na Púcara, com cebolinhas, presunto e toucinho entremeado. Repita até não aguentar mais.

Agrade a miúdos e graúdos no Parque dos Monges
Se anda à procura de divertimento para miúdos e graúdos, o Parque dos Monges é uma ótima aposta. Para além de proporcionar uma incrível viagem no tempo, este parque propõe aos visitantes experiências únicas, assentes em seis vertentes: ambiental, zoológico, aventura, temático, animação e alojamento. Leu bem: demore o tempo que quiser pois tem aqui onde passar a noite. Na Quinta das Freiras é proposta aos visitantes a recriação da vida na antiga Ordem de Cister. Pode fazer doces no Museu dos Doces Conventuais, “viver” numa aldeia medieval, privar com animais no parque zoológico e até descobrir espécies autóctones e exóticas no Jardim Bíblico. Mas a diversão não fica por aqui: há espetáculos a toda a hora e, para fazer as delícias de toda a família, há atividades radicais como a escalada, o slide, a canoagem e até um comboio que passeia pela propriedade.

Morada: Rua Quinta das Freiras, 10
Horário: ter – dom 10:00 - 19:00 (bilheteira encerra uma hora antes)
Contacto: 262 581 306 ou 911 001 404
Preço: 10€ (outros preços e descontos sob consulta)

Celebre a nacionalidade portuguesa em Aljubarrota



Sabia que foi em Aljubarrota que afirmámos a nossa nacionalidade? Há muitas curiosidades sobre a pequena vila de Aljubarrota que deve conhecer… É apenas a seis quilómetros do centro de Alcobaça que encontramos o palco de uma das estórias mais importantes da História de Portugal. A icónica estátua da Padeira de Aljubarrota, as igrejas de São Vicente e a de Nossa Senhora dos Prazeres, o Pelourinho, a Torre do Relógio e o Núcleo de Arte Sacra de Aljubarrota são apenas alguns dos muitos pontos de interesse que poderá visitar. Para facilitar a visita, o posto de turismo de Alcobaça organiza visitas por marcação prévia. Se já não for a tempo de marcar a sua visita, saiba que existe, no site da Câmara Municipal de Alcobaça, um roteiro com toda a informação que necessita. Basta pesquisar por “Rota de Aljubarrota com Brites de Almeida”.

Posto de Turismo de Aljubarrota
Morada: Praça do Pelourinho, Aljubarrota
Horário: seg – sex 09:30 - 12:30 e 14:00 - 17:00
Contacto: 262 507 113

Silentium Est Aureum - Mosteiro de Santa Maria de Cós
Quem passa por esta relíquia do século XIII não tem ideia da beleza que se encontra dentro de portas. As portas estão normalmente fechadas mas há sempre alguém à espera na loja da frente, a Coz Arts, para as abrir e guiar a visita. O Mosteiro de Cós é sinónimo de um silêncio ensurdecedor. Destacam-se as cores na decoração, surpreendentes pelo contraste com a simplicidade do Mosteiro de Alcobaça, ainda que ambos os monumentos pertençam à mesma ordem religiosa. Aqui, as monjas de Cister viviam em clausura, como é típico dos mosteiros femininos. Não deixe o espanto toldar a visão e repare nas cruzes nas pedras dos altares, sinais de uma Via Sacra, e nas maçãs que acompanham as figuras dos Anjos, que demonstram a importância do fruto na região já na época. A visita segue pela sacristia, revestida a azulejos do século XVIII com passagens da vida de S. Bernardo, incluindo algumas tentações, algo incomum na época. Sobre as monjas de Cister saiba ainda que rezavam, pelo menos, sete vezes por dia em conjunto e já na altura realizavam eleições democráticas e secretas.

Morada: Rua Santa Rita, Coz
Horário: ter  sáb 09:30 - 12:30 e 14:00 - 18:00
Contacto: 969 642 970
 

Sabia que…

  • É possível encontrar algumas pequenas e estreitas portas no refeitório do Mosteiro de Alcobaça. Por se limitarem a comer e a rezar, os monges começaram a engordar e foi necessário criar outras passagens para a cozinha.
  • Há uma fonte na cozinha do Mosteiro de Alcobaça onde, diz-se, eram apanhados os peixes servidos às refeições.
  • Foram os monges barristas que moldaram os reis portugueses que figuram na Sala dos Reis do Mosteiro de Alcobaça. Se olhar com atenção vai perceber que, convenientemente, se esqueceram os reis espanhóis. 


Património Mundial do Centro

O Centro de Portugal é uma região vasta, rica e diversa que conta estórias sobre a nossa História e que revela segredos e mistérios aos olhares mais atentos e aos ouvidos mais interessados. Esta é a terra onde se conquistou o futuro e se cumpriram promessas. Esta é a terra que instituiu o conhecimento e que eternizou o amor. Esta é uma terra universal. Esta é a terra que o espera. Descubra-a connosco a partir dos seus quatro lugares classificados pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.

Procure o seu Roteiro Património Mundial do Centro nos Postos de Turismo da Turismo Centro de Portugal e parta à descoberta de uma Região única.

www.cm-alcobaca.pt
turismodocentro.pt
www.mosteiroalcobaca.gov.pt

Posto de Turismo de Alcobaça
Rua 16 de Outubro, 7, Alcobaça
262 582 377

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